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Huuuuuum!

Nada de deboches...
Nada de futilidades...
Nada de gracinhas...
Surpreenda!
Blasè é colocar-se em um lugar que só você cabe!
Dizem que blasè é ser entendiado, mas, sentir o mundo com minimalismo não é um tédio, é inteligência.

domingo, 27 de março de 2011

SOBRE UM CORAÇÃO AQUECIDO


Acabo de assistir ao último "Esquenta", programa dominical conduzido pela sempre SUBLIME Regina Casé. Daí que fico imaginando como as pessoas poderiam ser mais felizes se elas colocassem em suas vidas um pouco do doce que é servido em momentos de pura delicadeza, como aconteceram em todos domingos que a atração foi exibida.  Foram colheradas de doce-de-leite, taças de sorvete, pedaços de goiabada-cascão, cumbucas de açaí, fatias de pudim e outro monte de sobremesas, que complementaram todos os almoços desse "dia santo". Sim, eu digo que foi o "toque" que o nosso paladar emocional estava pedindo.
Regina popularizou o que era clássico e tornou clássico o que era popular. Criou um espaço-universo habitado por modelos internacionais, atores, sambistas, passistas, garis, crianças, políticos, intelectuais, educadores, avós, gays, negros, brancos, manicures, estilistas, motorista de ônibus, anã e mais um monte de gente que está aí, em todos os lugares. O telespectador foi apresentado e representado e a televisão cumpriu com o seu papel de veículo de COMUNICAÇÃO.
Chorei em vários instantes! Chorei mesmo! E foi tudo de bom ter chorado. Também, pudera, como não chorar ouvindo Caetano cantando "Trata-me camaleoa"?! Como não chorar com a declaração confessa de amor da Regina por seu marido?! Como não chorar com a comunidade da Grande Rio?! Como não chorar com a entrevista de Marina Silva?! Como não chorar com tudo?! Foi tudo lindo demais. Lindo e doce.
O programa "Esquenta" mostrou o Carnaval da forma como ele é, mágico e emocionante. Mostrou a descontração, a humanidade e o talento das comunidades. Mostrou o brasileiro do jeito que a gente é.
Fico com saudades, mas, meu coração está recheado e coberto, como um daqueles "sonhos" que são vendidos naquelas padarias antigas, onde tudo é feito a mão, de modo bem artesanal.
Muito obrigado, Regina Casé! Muito obrigado por sobremesas tão deliciosas. Juro que me lambuzei!

quarta-feira, 2 de março de 2011

A JABUTI VICIADA


O quintal da minha casa é espremido. Sinceramente, não sei como cabe tanta natureza. Parece uma pequena reserva na rua onde eu moro. Tem até uma jabuti, que creio ser centenária, ou quase.
Essa jabuti, moradora do meu quintal - e companheira leal e silenciosa, é a personagem protagonista da fábula que assisto há algum tempo no espremido quintal da minha casa.
A senhora réptil é uma viciada! Não é usuária, é viciada! Adora comer os brotos de Dieffenbachia picta Schott, a vulgarmente conhecida comigo-ninguém-pode. Basta o órgão vegetal desenvolver com certo amadurecimento que ela já cai de boca. Ela que digo é a jabuti, já apresentada no parágrafo anterior.
Já usei inúmeros artifícios para proteger os indefesos vegetais, mas, a anciã de casco duro consegue romper todas as barreiras. É uma coisa incrível! Ela parece que tem o olfato mais sensível entre todos os seres vivos. Ela que digo é a bendita jabuti!
A quelídeo pervertida não deixa broto algum vingar. O viço é apontado e a imaculada fingida não perdoa. Nhac!!
Depois segue por uma semana, ou próximo disso, em voltas e mais voltas pela natureza do espremido quintal, numa viagem lisérgica, sem peso algum na consciência. Só nas costas!
A louca arfante parece ainda dizer:
- Necessito de um frescor. Um banho seria tudo!
E eu, pasmo, ainda colaboro com a prática ilícita. Em silêncio observo e nada denuncio.