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Huuuuuum!

Nada de deboches...
Nada de futilidades...
Nada de gracinhas...
Surpreenda!
Blasè é colocar-se em um lugar que só você cabe!
Dizem que blasè é ser entendiado, mas, sentir o mundo com minimalismo não é um tédio, é inteligência.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ÀS PENAS

Estava subindo a ladeira, seguindo o itinerário para o pão-de-cada-dia. O fluxo do tráfego estava intenso, considerando que se tratava de uma cidade do interior. Pais que levavam os filhos à escola, alguns de carro e outros de bicicleta e a pé também. Pessoas que iam para o trabalho. Alguns transeuntes se reabilitando através de caminhadas matinais.
Andando, seguia a minha rotina. Cenas que se repetiam, outras inéditas. Naquele dia, subiu comigo um casal de galináceos e um filhote, este já trocando as penas. Como todo mundo sabe, essas aves não são muito dadas às atenções, sobretudo no trânsito.
Pois bem, atravessei a rua. Mas, antes, olhei para um lado e para o outro, certificando da minha segurança. O mesmo não fez as aves. Daí que, naquele dado instante, desceu um veículo, não lembro qual, numa velocidade até que controlada. Foi aí que aconteceu o acidente.
Não vi, mas, pressenti. Quando olhei de volta, vi o pintinho estrebuchado na via pública, em sua agonia final. A mãe-galinha correu desesperada até o filho. O galo veio atrás.
- Agora, vem você achando que é uma humana. Você é uma galinha, mulher! Daqui a pouco está por aí botando ovos e chocando outra ninhada de pintos.
A vida continuou.

sábado, 4 de setembro de 2010

ATRAVÉS DE (MUITOS) UNIVERSOS

Assistam, por favor, ao filme "Across the universe", de Julie Taymor ("Frida"). É a coisa mais linda do mundo! Uma obra-prima do cinema contemporâneo. Simplesmente, é um musical com as mais maravilhosas músicas dos Beatles que compõem uma história de amor suave e surpreendente. Jude (ele) é um jovem inglês, morador do bairro londrino Liverpool, que resolve atravessar o oceano rumo à América, em busca do pai que não conhece. Lucy (ela) é americana, de família quatrocentona, que vê seu destino mudar após o morte do seu namorado.
De repente, num clima onírico, as tramas se entrelaçam, revelando outros personagens tão líricos quanto o casal de protagonistas, que faz o mais insensível dos espectadores se jogar em uma montanha-russa de emoções.
A grande participação de Bono (U2) só completa o fantástico mergulho que o filme promove. A prova de que a oitava maravilha do mundo existe e, em momentos sublimes, promove a redenção.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

DAS COISAS QUE ACHO QUE SEI E DE OUTRAS MENOS AINDA

Numa família católica, nasci cético. Desde criança acreditava que as "coisas vivas" derivavam de um processo progressivo, sem saber que isso levava o pomposo nome de Evolucionismo. Mas, o meu sonho não era ser um cientista, meu ramo sempre foi a arte - se bem que para exteriorizar minha veia artística tinha que pesquisar e experimentar sempre.
Sou o filho mais novo de seis irmãos, que geraram onze sobrinhos, que reproduziram cinco sobrinhos-netos, ou seja, uma família quase de "gases nobres", que fez jus à remota descendência primata.
Venho de uma cidade do interior, dessas que as pessoas cultivam horta no quintal e ainda não tomaram ciência do efeito estufa. Saí cedo de lá, senti que para contrariar a pureza do organismo precisava de um pouco de gás carbônico nos pulmões. Fui para a cidade grande, lá onde eu virei artista registrado e tive meus "quinze minutos de sucesso", mas, ganhando pouco dinheiro.
Como "o bom filho à casa torna", revitalizei o cordão umbilical e voltei para o lado da minha genitora. Retomei a química, organizei as órbitas e coloquei os átomos em ordem. Cabeça certa, espinha ereta e coração tranquilo.
Hoje sou mestre do pouco que sei. Falo de Arte e de História da Arte e é de onde tiro a expectativa para dias melhores em um mundo mais justo. Creio que se as "coisas vivas" respondem de certas maneiras, que por vezes assustam, é tudo uma questão de evolução. Eu não quero é deixar de acreditar, apesar de cético. Continuo pesquisando e experimentando e achando graça de tudo, pois desato a rir quando o mistério se transforma em fantástico. Afinal, como disse Nietzsche um dia: "Prefiro ser um sátiro que um santo".

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Aleatória 2

As garças estão voando, atravessando a cidade em bandos, em bandos de vinte, em bandos, brancas, ouve-se os gritos, atravessam a cidade em bandos, sua voz são as cores entardescendo e o barulho dos carros. Nada lembra o vale, o rio, as garças.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Aleatória 1

Meu amigo Nietzsche um dia desses disse
que "ninguém pode construir
em teu lugar
as pontes que precisarás passar,
para atravessar
o rio da vida
ninguém exceto tu,
só tu."
E eu de cá
fiquei babando.
Fiquei mais de um ano
para entender
que o cara quis dizer:
- Viaja, bi!