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Huuuuuum!

Nada de deboches...
Nada de futilidades...
Nada de gracinhas...
Surpreenda!
Blasè é colocar-se em um lugar que só você cabe!
Dizem que blasè é ser entendiado, mas, sentir o mundo com minimalismo não é um tédio, é inteligência.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

CALDINHO (DE CRUELDADE!) NA PRACINHA


Enquanto um seleto grupo está fechado no comodismo dos “casulos sociais”, imerso no aconchego dos dogmas e das normas, que ditam a exclusão e o favoritismo, a crueldade expande o seu domínio em território público. A tragédia brutal que aconteceu na Praça Mesquita Neto, área livre para o lazer em São Mateus, cidade interiorana no norte do Espírito Santo, sublinha de vermelho essa realidade.
Gelcimara, uma criança de três anos, morreu inocente atingida por uma bala perdida que lhe acertou o peito, durante um acerto de contas entre gangues, na noite de 07 de agosto de 2011. Era domingo! 
http//gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/08/noticias/cbn_vitoria/reportagem/928307-menina-de-tres-anos-morre-em-tiroteio-em-praca-de-sao-mateus.html
De onde vem tamanha violência?
Parece uma pergunta piegas, mas, é indignação. Quando o indivíduo tem o seu direito de ir e vir castrado, a repulsa toma o lugar do respeito. O grito por justiça, que na verdade soa como pedido de vingança, é lançado no ar sem rumo certo.
Para o crime existem os culpados. Mas, a negligência não tem dono, que, na verdade são (ou somos?!) muitos. Está na ignorância política que eleva o poder como uma necessidade primária. Está na imposição religiosa que se ocupa em doutrinar de forma fragmentada e não universal. Está na gerência da educação que está cada vez mais engessada, com o foco voltado para a robotização do indivíduo. Está no empobrecimento da cultura popular que credita louros à vulgarização da arte. Está no descaso da justiça que aceita o índio queimado confundido com um mendigo. Está no individualismo que rompe com o amor ao próximo.
É de PAZ que carece o ser humano! Silêncio, reflexão, higiene, caridade, elementos que fomentam a PAZ. Para o bem das crianças, dos idosos, dos jovens, de todos que por ventura tenham nos seus caminhos algum fio que os conduzam para um destino deliquente e cruel. A PAZ pode reverter esse destino!
Se houver a fé e a serenidade, famílias frequentarão praças e serão felizes em todos os domingos.
Assim seja!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A MARMELADA DE MONTEIRO LOBATO


"País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Ku Klux Klan, é país perdido". São palavras do pai da boneca Emília, uma das personagens mais deliciosas da literatura infanto-juvenil mundial. Pasmem, senhores! Pois, é de cair o queixo mesmo. O autor do"Sítio do Picapau Amarelo" foi incisivo em sua declaração acerca de uma etnia pura, que está dissertada em matéria brilhante de André Nigri, publicada na Revista Bravo!, edição 05/2011.
Monteiro Lobato manteve correspondência com os cientistas Arthur Neiva e Renato Kehl e aderiu a ideia de estabelecer no país a prática da eugenia, ditada em plena Alemanha nazista, em prol de um "espírito brilhante". Com os novos amigos obteve informações de uma nova linhagem de criaturas que poderiam ser "reproduzidas" para a unificação nacional. Hum! Será que isso já não foi visto em outro lugar?
O senhor Sabugosa, o gênio-de-milho, de repente explicaria tanta propriedade! Lobato, com sua intelectualidade indiscutível, endossou com classe e fineza que racismo é apenas uma questão de seleção. Cada macaco no seu galho!
Enfim, palavras ditas que não precisam ser sacramentadas. Vale mais a pena ficar com a sabedoria caipira do Jeca Tatu.
Para saber mais sobre essa marmelada vencida, é só acessar
http://bravonline.abril.com.br/conteudo/literatura/monteiro-lobato-racismo-629711.shtml

E divulgar!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O ARTISTA NÃO VIVE DE ESMOLA!

Ainda tem gente que acredita que o artista é um "maluco beleza", capaz de viver só de pão e circo. São pessoas incapazes de enxergar um palmo diante do próprio nariz e não percebe que o verdadeiro artista é aquele que investe no seu ofício, que se aprimora conforme o processo evolutivo. Daí, cada vez mais, os administradores públicos relegam essa classe tão nobre, no sentido mais elevado do termo, ao último dos últimos. Os cachês são tão irrisórios que dá vergonha de divulgar, sendo que, todos sabemos, existe verba para paramentar produções artísticas de altíssima qualidade. O povo merece isso! Chega de tanta cultura abjeta, que só implanta a falta de pudor e empaca o pensamento da massa. Cultura é alimento também, para a alma. Um povo alimentado culturalmente é um povo dotado de conhecimento refinado, que é capaz de transformar para o bem. 

A impressão que se tem é que o poder público tem receio, melhor seria dizer medo, de que o povo adquira cultura, e isso é um direito legítimo, e a partir daí passe a enxergar e a agir de forma consciente, colocando, por exemplo, no poder àqueles que realmente são capazes de exercer a função que compete a eles.

O administrador que investe no artista com seriedade, além de ter zelo e honra pelo patrimônio cultural do seu município, está praticando a JUSTIÇA.
Qualquer cidade necessita de projetos e eventos culurais de porte significativo, a população reconhece quando os mesmos são verdadeiramente fomentados e agradece com entusiasmo. Burrice é não crer nisso e investir em escamoteadas pirotecnias.
A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e ARTE...
Seja feita, então, a nossa vontade. Por favor!

domingo, 27 de março de 2011

SOBRE UM CORAÇÃO AQUECIDO


Acabo de assistir ao último "Esquenta", programa dominical conduzido pela sempre SUBLIME Regina Casé. Daí que fico imaginando como as pessoas poderiam ser mais felizes se elas colocassem em suas vidas um pouco do doce que é servido em momentos de pura delicadeza, como aconteceram em todos domingos que a atração foi exibida.  Foram colheradas de doce-de-leite, taças de sorvete, pedaços de goiabada-cascão, cumbucas de açaí, fatias de pudim e outro monte de sobremesas, que complementaram todos os almoços desse "dia santo". Sim, eu digo que foi o "toque" que o nosso paladar emocional estava pedindo.
Regina popularizou o que era clássico e tornou clássico o que era popular. Criou um espaço-universo habitado por modelos internacionais, atores, sambistas, passistas, garis, crianças, políticos, intelectuais, educadores, avós, gays, negros, brancos, manicures, estilistas, motorista de ônibus, anã e mais um monte de gente que está aí, em todos os lugares. O telespectador foi apresentado e representado e a televisão cumpriu com o seu papel de veículo de COMUNICAÇÃO.
Chorei em vários instantes! Chorei mesmo! E foi tudo de bom ter chorado. Também, pudera, como não chorar ouvindo Caetano cantando "Trata-me camaleoa"?! Como não chorar com a declaração confessa de amor da Regina por seu marido?! Como não chorar com a comunidade da Grande Rio?! Como não chorar com a entrevista de Marina Silva?! Como não chorar com tudo?! Foi tudo lindo demais. Lindo e doce.
O programa "Esquenta" mostrou o Carnaval da forma como ele é, mágico e emocionante. Mostrou a descontração, a humanidade e o talento das comunidades. Mostrou o brasileiro do jeito que a gente é.
Fico com saudades, mas, meu coração está recheado e coberto, como um daqueles "sonhos" que são vendidos naquelas padarias antigas, onde tudo é feito a mão, de modo bem artesanal.
Muito obrigado, Regina Casé! Muito obrigado por sobremesas tão deliciosas. Juro que me lambuzei!

quarta-feira, 2 de março de 2011

A JABUTI VICIADA


O quintal da minha casa é espremido. Sinceramente, não sei como cabe tanta natureza. Parece uma pequena reserva na rua onde eu moro. Tem até uma jabuti, que creio ser centenária, ou quase.
Essa jabuti, moradora do meu quintal - e companheira leal e silenciosa, é a personagem protagonista da fábula que assisto há algum tempo no espremido quintal da minha casa.
A senhora réptil é uma viciada! Não é usuária, é viciada! Adora comer os brotos de Dieffenbachia picta Schott, a vulgarmente conhecida comigo-ninguém-pode. Basta o órgão vegetal desenvolver com certo amadurecimento que ela já cai de boca. Ela que digo é a jabuti, já apresentada no parágrafo anterior.
Já usei inúmeros artifícios para proteger os indefesos vegetais, mas, a anciã de casco duro consegue romper todas as barreiras. É uma coisa incrível! Ela parece que tem o olfato mais sensível entre todos os seres vivos. Ela que digo é a bendita jabuti!
A quelídeo pervertida não deixa broto algum vingar. O viço é apontado e a imaculada fingida não perdoa. Nhac!!
Depois segue por uma semana, ou próximo disso, em voltas e mais voltas pela natureza do espremido quintal, numa viagem lisérgica, sem peso algum na consciência. Só nas costas!
A louca arfante parece ainda dizer:
- Necessito de um frescor. Um banho seria tudo!
E eu, pasmo, ainda colaboro com a prática ilícita. Em silêncio observo e nada denuncio.